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domingo, outubro 18, 2009

A pobreza




Pobreza atinge 18 em cada 100 portugueses.

Segundo a Assistência Médica Internacional (AMI), os centros Porta Amiga apoiaram, no primeiro semestre deste ano, mais 10% de pessoas do que no mesmo período do ano passado. Em comunicado, a AMI sustenta que "estes valores demonstram uma nítida tendência para um crescente número de casos de pobreza persistente. A grande maioria destas pessoas encontra-se em plena idade activa, entre os 21 e os 59 anos de idade". Além disso, há cada vez mais novos casos de pobreza. No primeiro semestre deste ano "foram 1836 as pessoas que recorreram pela primeira vez ao apoio social da AMI, mais 24% do que no mesmo período no ano anterior".

Também a Rede Europeia Anti-Pobreza (REAP) se manifesta preocupada com a situação em Portugal, onde afirma que 18 em cada 100 pessoas vivem na pobreza. "O número europeu que serve de referência para definir a pobreza equivale a um vencimento mínimo mensal de 406 euros. Quem tiver um rendimento inferior a 406 euros é pobre", disse, à Lusa, Jardim Moreira, presidente da REAP. Em comunicado, a Rede Europeia sublinha que "os idosos, as crianças e jovens são os grupos etários com maior taxa de risco de pobreza em Portugal". A "vulnerabilidade à situação de pobreza" é de 26% para os idosos e de 21% para pessoas com menos de 17 anos.

A mesma instituição destaca a desigualdade em matéria da distribuição de rendimento: "Em 2008, 20% da população com maior rendimento recebia aproximadamente 6,1 vezes o rendimento dos 20% da população com o rendimento mais baixo". Por outro lado, lembra que, no segundo trimestre de 2009, a taxa de desemprego foi de 9,1%, mais 1,8% do que no mesmo período do ano passado.

"Só a existência de empregos e de salários pode quebrar os ciclos de pobreza que estão criados e reestruturar as famílias, permitindo-lhes mandar os filhos à escola, cuidar dos idosos e viver com dignidade", referiu Jardim Moreira.

Também a AMI regista que a maioria da população que recorreu aos centros Porta Amiga no primeiro semestre se encontra desempregada (80%), "tendo como principais recursos os subsídios e apoios institucionais e o apoio de familiares ou amigos". O serviço que registou mais procura entre as mais de cinco mil pessoas que, nos primeiros seis meses de 2009, pediram ajuda à AMI, foi o da distribuição de alimentos, roupa e medicamentos.

Contudo a política seguida por este governo continua a ter como prioridade o apoio ao grande capital financeiro,senão vejamos:

Francisco Van Zeller, presidente da Confederação da Indústria Portuguesa (CIP), voltou a afirmar que vai lutar contra o segundo aumento progressivo do salário mínimo no próximo ano, conforme está previsto no Acordo de Concertação Social. A ideia não é de agora: ao abrigo da crise mundial, que tem tido as costas largas, outras associações ligadas ao patronato, como a do turismo, têm defendido aumentos zero em 2010. A própria CIP já o havia afirmado no início de Setembro, na altura através de Gregório Novo. A entrevista de Van Zeller à RR só clarifica a intenção dos patrões: vão tentar travar a melhoria faseada dos ordenados dos que menos ganham no nosso país - e são cerca de 300 mil - contrariando o que foi negociado com o Governo, e que previa que em 2011 esse salário chegasse aos 500 euros.

Estes senhores põem e dispõem da vida de milhares de portugueses contribuindo assim para o agravar das situações de pobreza.Querem congelar os ordenados de miséria mas não falam nos ordenados milionários que a maioria dos gestores ganha,é vergonhoso.
Queixa-se este cavalheiro da falta de competividade para manter os ordenados baixos,então onde está a boa gestão dos que auferem milhares?

Basta de políticas que fomentem a caridadezinha.

2 comentários:

Zorze disse...

Mariazinha,

Em Portugal esta situação foi em crescendo, pois hoje, eles já não têm medo. Fazem-no às claras e por incrível que pareça, por vezes até legalmente, com "interpretações muito extensivas" da lei. Pois são eles que contratam os que fazem as leis, é um ciclo vicioso.
Veja-se o forrobodó que foi o BPN, eram prémios pagos em cash aos balcões, aos 200.000 e 300.000 euros. Se não fosse em notas de €500 talvez devam ter levado as mochilas da Kyti ou do Noddy.
Os gestores de topo do PSI 20 ganham mais que os seus congéneres alemães, suecos e finlandeses.
O governador do B.P. ganha mais que o seu colega norte-americano.

Alguma coisa deve estar mal neste País?
É preciso o medo, sustos, para que eles tenham receio e se contenham.
Se não é um fartar de vilanagem e sempre em crescendo, porque, estas coisas têm tendência a não estagnar.

Beijos,
Zorze

Compadre Alentejano disse...

Preocupam-se com os que ganham poucas centenas de euros de salário, mas não se preocupam com os que ganham milhares... Não há dúvida, vivemos numa democracia muito sui-generis...
Saudações
Compadre Alentejano