Vamos

segunda-feira, abril 30, 2007


Hoje estou assim, só me apetece gritar!
De indignação, de desalento, enfim apetecia-me hibernar.
Cada vez me sinto mais distante deste país que me rodeia.
O que vejo nas ruas não me agrada.
O que este país me oferece, como cidadã, é nada.
Está bem, temos o sol, o mar, a paisagem...
O resto irrita-me solenemente, já não tenho paciência:
Políticos corruptos, novo-riquismo bacoco e terceiro
mundista.

Gente que vive cada vez mais cega e sedenta de capitalismo.
Rapariguinhas anoréticas, rapazinhos surfistas, velhas esticadas, bruxas armadas em astrólogas, pseudo-jornalistas, prostitutas de luxo armadas em top-models, hight-society com fome louca de
poder.

Só quem se safa comigo hoje são os meus gatinhos ou então ouvir bem alto a Elis:
Alô, alô, marciano
Aqui quem fala é da Terra
Pra variar estamos em guerra
Você não imagina a loucura
O ser humano ta na maior fissura porque
Tá cada vez mais down o high society
Down, down, downO high society
Alô, alô, marciano
Aqui se tá virando zona
Cada um por si todo mundo na lona
E lá se foi a mordomia
Tem muito rei aí pedindo alforria porque
Tá cada vez mais down o high society

quarta-feira, abril 25, 2007



Este honroso prémio foi atribuído pelo amigo Jota Dias do blog Ferroadas

Nomeio agora alguns blogs que me fazem pensar:

A minha Matilde

Belzebu

Longas cartas para ninguem

Kaos

quarta-feira, abril 18, 2007


Onde estava no 25 de Abril de 74 ?


Era de manhã, aquelas manhãs de Abril em que o sol começa a ficar mais brilhante, a hora da escola tinha chegado. O leite com nesquick e a torradinha já na mesa, a mamã
ajudava a fazer o tal lacinho na bata impecavelmente passada a ferro. Fortes pancadas na porta fizeram o seu pequeno coração bater mais forte. Uma voz gritava:
- Vizinha, vizinha não deixe a sua menina ir à escola! Está a haver uma revolução, os militares estão na rua.
A mamã, assustada como sempre foi, agarrou logo a menina e foram as duas ouvir a rádio. Que coisa mais estranha! As marchas militares davam um timbre tão estranho aquela manhã. Ente rezas à nossa Senhora de Fátima e o matraquear das marchas, a mamã ia falando baixinho com as vizinhas.
Ai o que vai acontecer ?!
Para a menina o dia foi tornando-se glorioso, brincadeira na rua e uma crescente felicidade estampada no rosto dos mais velhos à medida que as notícias iam chegando.
È a liberdade, já podemos falar, explicava a vizinha à mamã. Então explicou:
-Foi por isso que o meu pai esteve preso em Peniche. Para aquela mulher a vergonha do seu tempo de menina transformou-se em orgulho, seu pai tinha também sido um herói, com a sua prisão contribuiu para a liberdade de todos nós. Depois veio o pai de sorriso rasgado com a certeza que nunca mais teria de ouvir a rádio Moscovo às escondidas.
Aconteceu tudo muito rápido, a noite chegou e a festa foi rija . Adormeceu por fim com a certeza que uma coisa chamada liberdade iria permitir-lhe crescer com dignidade.

mariazinha

segunda-feira, abril 16, 2007

Virgínia, USA


O que pode levar ao desespero?
Quanta raiva pode caber num coração?
Quanto amor pode estar ausente?

Virgínia, Virgínia o que fizeste aos teus filhos?
Deixaste-los sozinhos, sem sonhos, sem esperança
caídos na mesma terra onde outrora teus avós
semearam campos de puro algodão.

Que besta saiu do teu ventre, tão sedenta de sangue?
Eras a tão afamada “Mãe dos Estados”…
Agora resta o ódio, os mortos, as lágrimas e balas
cada vez mais balas.

O sangue de vidas ceifadas que ficará barbaramente
marcado na tua gloriosa História de uns estados cada
vez menos unidos.
mariazinha