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segunda-feira, fevereiro 23, 2009
A nossa malandragem
"Se olharmos, ainda que ao longe e com pinças, para o “caso Freeport”, uma coisa se nos impõe, desde logo, dizer: é um escândalo que um processo destes se arraste há tantos anos, sem suspeitos nem arguidos, sem quaisquer diligências e sem qualquer informação pública credível.
Para que serve o segredo de justiça? Para não se fazer nada no processo e deixar prescrever os eventuais crimes? Para ressuscitar o processo quando é conveniente? Ou, ainda, quando as autoridades nacionais são pressionadas por autoridades estrangeiras? Para garantir o sucesso das investigações? Ou para esconder a inépcia das autoridades? Poderá ser eterno?
Como é evidente, não é o facto de a pessoa A dizer à pessoa B que corrompeu a pessoa C que torna C num personagem corrupto.
Um conhecimento mínimo que seja da actuação dos pequenos e grandes vigaristas ensina-nos que a invocação de cumplicidades inexistentes é uma prática corrente que faz parte da “arte”.
Alves Reis escreveu diversos telegramas codificados aos seus próprios cúmplices invocando a necessidade de dar dinheiro aos “homens do Banco de Portugal” que, afirmava, apadrinhavam a sua gigantesca operação financeira, e que só tiveram conhecimento da invocação do seu nome depois de descoberta a burla do “Angola e Metrópole”.
Mas será admissível esperar três ou quatro anos para ouvir no processo a pessoa A ou a pessoa B? Ou mesmo para tomar declarações à pessoa C? Ou, sobretudo, para as autoridades emitirem uma nota para a comunicação social?
Ao fim de quatro anos, com o nome do primeiro-ministro lá metido, sem um suspeito ou um arguido, sem o seu arquivamento e sem qualquer comunicação pública por parte das autoridades, um processo criminal já não tem fugas de informação: atingiu um verdadeiro estado de putrefacção e começa a verter pus. É natural que haja quem goste de o espremer."
Francisco Teixeira da Mota, Advogado - “Pùblico” 07 Fev 09
Eu que não percebo nada de leis nem de política,acho estranho que tantos casos venham a lume e acabem uns por prescrever,outros nem sequer julgados são por falta de provas.Desde Melancia, apitos dourados,pedofilia,tudo acaba por ser ilibado.
Conheci em tempos um mecânico que se dedicava a pequenos "negocios escuros".Quando lhe perguntava se não tinha medo de ir parar à prisão dizia que a lei estava de tal maneira bem feita que havia sempre maneira de dar a volta à situação,era só preciso um bom advogado.Cada vez acredito mais que estava certo.
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3 comentários:
Malandros!
Olá, obrigada pela visita.
Em relacção ao Freeport, apenas te digo que ainda vão arranjar maneira, de o arguido a ser constituido mais coisa menos coisa, talvez venha a ser Eu (Relaixo). Cá p'ra mim temos ali outro Processo Casa Pia com o das FP's 25 à mistura. Esta Justiça está p'ro relaixeque-se.
o Caso freeport ,não tem ponta por onde se pegue, são todos anginhos e vai ficar tudo em nada como era previsto desde o principio
Saudações amigas
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