Vamos

terça-feira, agosto 29, 2006

A irreverência da juventude...

Quando olhamos para o nosso passado, o que fizemos durante toda esta caminhada, constatamos que esta jornada, cheia de erros e passos certos, faz-nos muitas vezes rir das certezas que tinhamos aos 20 anos.
O Sr. Günter Grass teve a coragem de revelar que pertenceu às SS.
Tambem o Sr. Durão Barroso era um Maoísta convicto na sua juventude.
Quando coloquei o texto anterior, queria ver que efeito teria um texto de Adolf Hitler sem saberem quem era.
O regime Nazi foi monstruoso e foi uma lição de até onde o ser humano pode chegar.
O Günter Grass teve grande coragem em admitir o seu passado assim tivessemos todos nós a mesma para admitir os nossos erros e não sermos tão "politicamente" correctos.

Muito obrigada pelos vossos comentários e até um dia destes, vou de férias.

quarta-feira, agosto 23, 2006

Convicções...

" Pense-se no seguinte. Num alojamento subterrâneo, composto de dois quartos abafados, mora uma família proletária de sete pessoas. Entre os cinco filhos, suponhamos um de três anos. É esta a idade em que a consciência da criança recebe as primeiras impressões. Entre os mais dotados encontra-se, mesmo na idade madura, vestígio da lembrança desse tempo. O espaço demasiado estreito para tanta gente não oferece condições vantajosas para a convivência. Brigas e disputas, só por esse motivo, surgirão freqüentemente. As pessoas não vivem umas com as outras, mas comprimem-se umas contra as outras. Todas as divergências, sobretudo as menores, que nas habitações espaçosas, podem ser sanadas por um ligeiro isolamento, conduzem aqui a repugnantes e intermináveis disputas. Para as crianças isso é ainda suportável. Em tais situações, elas brigam sempre e esquecem tudo depressa e completamente. Se, porém, essa luta se passa entre os pais, quase todos os dias, e de maneira a nada deixar a desejar em matéria de grosseria, o resultado de uma tal lição de coisas faz-se sentir entre as crianças. Quem tais meios desconhece dificilmente pode fazer uma idéia do resultado dessa lição objectiva, quando essa discórdia recíproca toma a forma de grosseiros desregramentos do pai para com a mãe e até de maus tratos nos momentos de embriagues. Aos seis anos, já o jovem conhece coisas deploráveis, diante das quais até um adulto só horror pode sentir. Envenenado moralmente, mal alimentado, com a pobre cabecinha cheia de piolhos, o jovem "cidadão" entra para a escola. A custo ele chega a ler e escrever. Isso é quase tudo. Quanto a aprender em casa, nem se fale nisso. Até na presença dos filhos, mãe e pai falam da escola de tal maneira que não se pode repetir e estão sempre mais prontos a dizer grosserias do que pôr os filhos nos joelhos e dar-lhes conselhos. O que a criança ouve em casa não é de molde a fortalecer o respeito às pessoas com que vai conviver. Ali nada de bom parece existir na humanidade; todas as instituições são combatidas, desde o professor até às posições mais elevadas do Estado. Trata-se de religião ou da moral em si, do Estado ou da sociedade, tudo é igualmente ultrajado da maneira mais torpe e arrastado na lama dos mais baixos sentimentos. Quando o rapazinho, apenas com quatorze anos, sai da escola, é difícil saber o que é maior nele: a incrível estupidez no que diz respeito a conhecimentos reais ou a cáustica imprudência de suas atitudes, aliada a uma amoralidade que, naquela idade, faz arrepiar os cabelos. Esse homem, para quem já quase nada é digno de respeito, que nada de grande aprendeu a conhecer, que, ao contrário, conhece todas as vilezas humanas, tal criatura, repetimos, que posição poderá ocupar na vida, na qual ele está à margem? De menino de treze anos ele passou, aos quinze, a um desrespeitador de toda autoridade. Sujidade e mais sujidade, eis tudo o que ele aprendeu. E isso não é de molde a estimulá-lo a mais elevadas aspirações. Agora entra ele, pela primeira vez, na grande escola da vida. Então começa a mesma existência que nos anos da - meninice ele aprendeu de seus pais. Anda para cima e para baixo, entra em casa Deus sabe quando, para variar bate ele mesmo na alquebrada criatura que foi outrora sua mãe, blasfema contra Deus e o mundo e, enfim, por qualquer motivo especial, é condenado e arrastado a uma prisão de menores. Lá recebe ele os últimos polimentos. O mundo burguês admira-se, no entanto, da falta de "entusiasmo nacional" deste jovem "cidadão". A burguesia vê, como no teatro e no cinema, no lixo da literatura e na torpeza da imprensa, dia a dia, o veneno se derramar sobre o povo, em grandes quantidades, e admira-se ainda do precário "valor moral", da "indiferença nacional" da massa desse povo, como se a sujeira da imprensa e do cinema e coisas semelhantes pudessem fornecer base para o conhecimento das grandezas da Pátria, abstraindo-se mesmo a educação individual anterior. Pude então bem compreender a seguinte verdade, em que jamais havia pensado: O problema da "nacionalização" de um povo deve começar pela criação de condições sociais sadias como fundamento de uma possibilidade de educação do indivíduo. Somente quem, pela educação e pela escola, aprende a conhecer as grandes alturas, econômicas e, sobretudo, políticas da própria Pátria, pode adquirir e adquirirá, certamente, aquele orgulho íntimo de pertencer a um tal povo. Só se pode lutar pelo que se ama, só se pode amar o que se respeita e respeitar o que pelo menos se conhece."
Só consegui este texto em" português do Brasil" mas gostava de ler os vossos comentários.
Depois digo quem é o autor e o porquê deste texto.

segunda-feira, agosto 14, 2006

Os nossos Cacilheiros

São os famosos barquinhos que ligam as duas margens do Tejo . Utilizados por milhares de pessoas que de Almada vão todos dias trabalhar para Lisboa " este pequeno berço do povo", já não servem só o povinho. O turista que se desloca a Lisboa e se aventura para a outra margem tambem o utiliza e meus amigos... se para nós é uma vergonha e um perigo para a saúde pública, o que dirá um turista que tenha de utilizar os Wc ?

Tenho feito uma "guerra" com a Transtejo e desde me darem todas as desculpas mais ridículas do género: Ó minha senhora vá queixar-se à Polícia Marítima..." ou a olharem-me como se eu fosse maluquinha, se calhar tambem é típico terem as pias atacadas de merda. Digo eu, não sei..

Uma sugestão:

Não será melhor fechar os ditos Wc ? Afinal são só 8 mnts entre Lisboa e Almada.

quinta-feira, agosto 10, 2006

Heathrow Tales...


Right on time Mr Bush
How convenient Mr Blair

domingo, agosto 06, 2006


Festa do Avante

Os artistas da Festa do Avante! 2006 vão ser:
Homenagem a Lopes Graça - com Coro Lopes Graça da Academia de Amadores de Música e Sinfonietta de Lisboa, com o maestro Vasco Pearce de Azevedo e os pianistas Miguel Borges Coelho e Olga Pratz
A música de Alain Oulman, com Carla Pires, António Zambujo e Liana
A Naifa
Babylon Circus (França)
Boss AC com Sam theKid, Berg, Melo D e Chulage
Contra3aixos
Cristina Branco
Djumbai Jazz (Guiné-Bissau)
Gaiteiros de Lisboa, com Manuel Rocha
Laurent Filipe em homenagem a Chet Baker
Led On: The Led Zeppelin Attitude Band
Luisa Basto
Mandrágora
Mayra Andrade (Cabo Verde)
Mawaca (Brasil)
Navegante com o Ó Que Som Tem e Nancy Vieira
Obrint Pas (Catalunha)
Orquestra de Jazz de Matosinhos com Chris Cheek
Quinteto Mário Santos
Peatbog Faeries (Escócia)
Sérgio Godinho
Taraf de Haidouks (Roménia)
Telectu com Chris Cutler e Fred Frith
The Vicious Five
Tim (acústico)
Tito Paris (Cabo Verde)
Toque de Caixa
Tributo a António Aleixo: Kussondulola com Viviane, PrinceWadada e Kilandukilo
Yellow W Van
Xutos & Pontapés
A Gastronomia

O Alentejo apresenta, tradicionalmente, uma adega alentejana devidamente recriada no recinto, oferecendo vinhos, enchidos e queijos dos seus três distritos (Portalegre, Évora e Beja), onde não falta o típico pão alentejano. Nos bares imperam os petiscos e nos restaurantes os pratos tradicionais como o ensopado de borrego e o cozido de grão.
Os Açores apresentam-se com as suas morcelas, a linguiça e o queijo de S. Jorge, o ananás, a angelica, os licores de maracujá, os vinhos verdelho, Terras de Lava e Basalto, o bagaço do Pico e diversas peças de artesanato regional em madeira e barro.
No Algarve reina o marisco, em restaurantes com créditos firmados na Festa e onde não falta a animação, ao vivo, com artistas populares algarvios. O seu bar-cocktail garante um serviço de misturas exóticas donde resultaram bebidas únicas, com e sem álcool, enquanto a doçaria algarvia não deixa créditos por mãos alheias.


O mesmo sucede com Aveiro, onde o genuíno leitão da Bairrada, fornecido pela Associação de Produtores Assadores do Leitão da Bairrada, desencadeia longas filas de esfomeados e outros gulosos, que ali se regalam igualmente com o tradicional espumante e outros vinhos da região, a par dos incontornáveis ovos moles e pão de ló.
Em Braga a oferta é variada, desde as tascas, bares e restaurantes com os seus petiscos, pratos regionais, vinhos e iguarias da região.
Bragança traz à Festa desde a célebre posta à mirandesa à apetitosa feijoada à transmontana, de merecida fama, assim como os canelos e o caldo verde. Estão ainda à venda nesta região uma diversificada amostra de mel, queijos e vinhos.
Castelo Branco e Guarda partilham o mesmo espaço e apresentam uma bela tábua de queijos da serra e cabreiros, mel de urze vindo da Serra da Estrela e de rosmaninho colhido no Vale do Côa, e uma panóplia de chouriços, salpicões, farinheiras, morcelas e paios, tudo estribado em vinhos à mão de beber e de comprar na taberna regional, com néctares de Vila Nova de Foz Côa, Freixo de Mumão, Mêda, Pinhel, Vila Franca das Naves, Figueira de Castelo Rodrigo, Vila Nova de Tazem, São Paio, Covilhã ou Fundão.
Na churrasqueira reina o maranho e o bucho recheado, que podem ser apreciados numa parazível esplanada sobranceira ao palco principal.
Coimbra oferece uma excelente esplanada servida por um bar à altura. A gastronomia da região está obviamente presente, enquanto no Cantinho da Boémia as noites estão reservadas aos fados e baladas de Coimbra e à música de intervenção.
Leiria apresenta-se com pão com chouriço cozinhado em forno próprio e com a ginja de Alcobaça, uma das especialidades que não passa despercebida aos visitantes.
Lisboa tem vários pavilhões com esplanadas e zonas de sombras. A animação está sempre presente, as figuras típicas da Feira da Ladra e o fandango, no restaurante de Vila Franca de Xira. Artesanato da região, um «sai sempre», uma Feira da Ladra, a Boutique Atalaia e o pavilhão do coleccionador são centros de interesse no espaço de Lisboa, que apresenta uma diversificada oferta gastronómica com mariscos, grelhados, leitão de Negrais e petiscos diversos, servidos em mais de uma dezena de bares e restaurantes levantados pela Organização Regional de Lisboa.

A Madeira abre o apetite aos visitantes com a afamada espetada regional, a acompanhar pela sopa de trigo, seduzindo-o depois com a doçaria e os vinhos - em especial o Madeira -, a poncha e a aguardente de cana, mais os variados licores maturados no Atlântico
O Porto para além de contar com um pavilhão exclusivo para o vinho do Porto, tem uma rica gastronomia desde o rancho e o arroz com moelas de Matosinhos, à sopa à mineiro e à febra no prato de Valongo, aos pratinhos de presunto e salpicão de Penafiel/Amarante, ao bacalhau com grão e aos rojões de Santo Tirso, à sopa de nabos e à orelha com feijão verde de Gondomar, aos bolinhos de bacalhau com feijão frade da Maia.
Santarém tem a Tasca Ribatejana que serve a sopa de pedra, o caldo verde, os vinhos do Ribatejo, as tigeladas de Abrantes, o pão de ló de Rio Maior, os bolos de cabeça de Rio Maior, o vinho generoso de Alpiarça.
Setúbal tem um lugar na festa com vários restaurantes e bares onde servem enguias e variadissímos pratos onde mostram as suas infinitas artes de cozinhar peixe e marisco.
Viana do Castelo, para além da venda de produtos e doces regionais, tem uma adega com serviço de bar e restaurante. Ali se servem os petiscos da região, o incontornável vinho verde branco e tinto fornecido pela Adega Cooperativa de Ponte de Lima. Engarrafados e à venda, lá estão, entre outros, o Alvarinho e o Muralhas de Monção.
Vila Real, no capítulo da gastronomia, tem como prato forte o javali, bem coadjuvado pela caça miúda, coelho, lebre e perdiz, tudo dando boa conta dos gostos e sabores transmontanos. Quanto aos muitos produtos à venda, destaque-se os vinhos de Mesão Frio, Murça, Alijó, Chaves e o moscatel de Favaios e assinale-se o vinho tratado do Douro tendo por «cálice» um magnífico bolo - a cavaca - que depois de embebida é igualmente deglutida.
Viseu destaca-se pelos vinhos, do Dão, de Lafões e de Vale de Távora, uma escolha tão difícil que apetece levá-los todos.
Eu não vou faltar !

quarta-feira, agosto 02, 2006

O filme da minha vida



1900 - Bernardo Bertolucci
1900” (1976), um épico, descrito pelo realizador como uma versão socialista de “Gone with the Wind”. Acompanha cerca de 45 anos da história da Itália, desde 1900 a 1945, e o conflito entre as forças políticas da esquerda e do fascismo.
O filme segue a amizade e conflito ideológico de dois homens: um, filho de burgueses detentores de terras (Robert de Niro), o outro (Gerard Depardieu), bastardo de uma família de camponeses. É a ascensão do fascismo e a reacção camponesa ao suporte comunista que traçam os destinos das personagens principais.
A versão original tinha cerca de 5 horas e meia e continha sequências pornográficas. Só perante pressões da Paramount, Bertolucci acedeu a reduzir para uma versão final de pouco mais de quatro horas.
DIREÇÃO: Bernardo Bertolucci
ELENCO: Robert De Niro, Gerard Depardieu, Burt Lancaster,Dominique Sanda, Donald Sutherland, Ainda Valli, Stefania Sandrelli.
Foi sem duvida o filme que mais me marcou e posso mesmo dizer que para mim é uma obra prima. Desde o realizador, aos actores, o argumento, a localização, fotografia... Perfeito!
Ando há muito tempo à procura do filme em video ou em dvd, alguem sabe onde o posso adquirir?
Fico muito grata.